O que são dois
minutos quando já se esperou vinte por dois pães quentinhos, e os pães estavam
brancos. O que são dois minutos quando já se esperou trinta em um fila de
banco, e o problema não foi resolvido. O que são dois minutos quando já se
esperou quarenta por um prato no restaurante, e a comida já estava fria. O que
são dois minutos para quem correu quarteirões e esqueceu a garrafa d’água para
suportar cinco horas de prova. Dois minutos que decidiram que aquele não seria
o seu ano. Dois minutos que te deixaram de fora daquilo que você esperou e se
preparou durante um ano, ou dois.
O que são dois
minutos quando já se passaram vinte em um sol quente, não há toldo que o
proteja. O que são dois minutos quando já se passaram trinta e ainda não
acreditou que ele o deixou. O que são dois minutos quando já se passaram
quarenta e você não suporta a dor até ser atendido em um plantão hospitalar. O
que são dois minutos quando já não há mais tempo para entrar e o portão já se
fechou. Dois minutos que não te deixam acreditar que seu nome não estará na
lista de classificados. Dois minutos que gritam em seus ouvidos rindo porque se
atrasou.
Apenas dois minutos,
mas aqueles justos dois minutos que te destrói por dois dias, dois meses, mas
não dois anos. E você não quer mais ouvir o número dois, mesmo assim ele
continua a te assombrar e a te fazer acreditar que a culpa não foi sua, mas dos
minutos que faltaram.
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